Friday, October 20, 2006

Tudo o Que Temos Cá Dentro - II

Estavas lindo. Tinhas o cabelo ainda molhado e trazias uma máquina fotográfica na mão, parecias um repórter de televisão num programa sobre o ambiente. Os meus amigos deixaram-nos sós - foi assim que tive a certeza que estava tudo combinado - e conversámos sobre nadas até ao fim da tarde.
Fizeste-me sair da praia no teu Punto, as filas de carro não pareciam incomodar-te. A certa altura deixaste cair que estavas sozinho no Meco e que eu poderia lá ficar.
Deixa-me dizer-te uma coisa. Quando entrei em tua casa apeteceu-me ir embora, voltar para os meus amigos, fugir de compromissos, não prometer nada a ninguém. Tinha medo de ficar demasiado perto de ti, do teu amor que adivinhava absoluto, apetecia-me entregar ao silêncio, fugir do perigo que o meu corpo sentia. O nosso destino passava por aquele encontro e eu sabia-o. Não esquecerei nunca a tua firmeza em reter-me, a custo escondida numa doçura que não conhecia em ti.

DS

0 Comments:

Post a Comment

<< Home